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Viver de Bilheteria

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Como sobreviver de teatro nos dias de hoje
Será que é possível fazer teatro como no início do século passado?

Ouvi dia desses em um debate, dito por um grande ator e dramaturgo brasileiro que as leis de incentivo fizeram com que o ator não consiga mais sobreviver com a bilheteria. Mas será que em algum momento da história o teatro chegou a sobreviver dela?
A história conta que o Beato Anchieta usou o teatro para catequizar os índios brasileiros, que D. João decide por decreto trazer melhorias ao teatro importando o modelo francês para entreter a aristocracia e que João Caetano traz a encenação de O Poeta e a Inquisição, de Gonçalves de Magalhães um drama com atores nacionalistas já no século XIX com intenção de discutir a situação do país.
Quem pagava a conta para essas montagens?
Até então as peças eram encenadas na rua, nas praças e nos colégios em troca de gorjetas no chapéu.
A decisão de D.João VI garantia diversão para uma elite financiada pela corte.
E talvez tenhamos herdado isso de que teatro é para poucos e privilegiados dessa época.
Só que não estamos mais na época do império e os dias de hoje nos dão outras oportunidades para viabilizar nossas ações culturais.
Desde sempre e em qualquer parte do mundo a cultura é fomentada e muitas vezes financiada pelo Estado. Em muitos países a cultura é entendida como uma ferramenta que pode provocar desenvolvimento e assim é uma área importante a se investir tanto quanto investir em educação ou saúde.
Viver de bilheteria nunca foi uma realidade. A bilheteria pode manter um espetáculo de pé por pouco tempo e NOS MÍNIMOS gerando uma subsistência para os atores e técnicos. Precisamos saber que além dos atores em cena temos técnicos atrás das cortinas e outros tantos profissionais envolvidos em uma única produção e a bilheteria não é capaz de dar a todos um ganho mínimo para que eles sobrevivam com qualidade.
Assim desde sempre o teatro teve de alguma forma apoio com o fomento do Estado e de mecenas. De editais a leis de incentivo, todo o investimento que puder chegar ao teatro é importante para ele sobreviver.
O teatro de rua e as companhias mambembes de séculos passados praticamente desapareceram exatamente por não conseguirem sobreviver do chapéu ao final do espetáculo. As companhias desse tipo, que circulam pelo país afora contam com o fomento do Estado.
É enganoso dizer que em algum momento da história o teatro sobreviveu de bilheteria.
Em algum momento da história o teatro se sufocou e resistiu mesmo sem verbas públicas e com parcos investimentos de raros mecenas e a persistência e coragem de atores que conseguiram – mesmo sem apoio algum – se manter de pé.
As leis de incentivo não são formas de manter os artistas preguiçosos ou dar-lhes de uma mamadeira fácil. Elas são a forma de manter a cultura do país em efervescência e gerando ocupação e renda para todos os envolvidos no processo de se produzir um espetáculo e mantê-lo no circuito.

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